quinta-feira, 31 de julho de 2008

"Tarvês que nois dois ficasse, Tarvês que nois dois caisse"

vê se você lembra de onde eu tirei isso ^^


Eu poderia fechar meus olhos e lembrar de como as coisas passam e eu nunca os fecho pra pensar nelas.
Aquela vontade que dá de voltar atrás, dizem covardia, aquilo que queria fazer e não tive coragem, poderia ter me entregado, mas preferi não arriscar.
Há uns dias um novo amigo me fez refletir sobre todas essas coisas.
Desde então passo dias e noites tentando fechar os olhos e pensar em como as coisas seriam se eu tivesse feito desse ou daquele jeito. Arrependimento, regalia de quem se entrega de verdade, ou não, não diria que a ilusão do arrependimento poderia ser uma virtude. Arrepender-se pra que? Sofrer o que fiz ou não fiz.
Por tudo penso, quanto posso, em quão doce a vida é pra viver de remorsos.
“me arrependo do que não fiz” já diriam os mais “liberados”.
Aí fecho meus olhos e vejo se consigo me arrepender do que não fiz. Se sou, se não sou. Se fui, se não fui. O interessante é o que vou fazer agora.
Apagar as luzes de minha face mais uma fez e esperar o futuro, ou me arrepender de não está traçando metas pro porvir?

“ai se sesse”

De mim agora já basta a saudade que sinto.
Essa sim uma emoção capaz de me fazer fechar os olhos por horas e relembrar... nostalgia de bobos divagantes do mundo que alegres ficam de lembrar.
Que sorriem sem saber nem porque, ou choram pela dor do pesar.
Bobos que somos.

Agora vou indo fechar os olhos e pensar naquilo que me faz viver sorrindo ou chorando, mas faz crescer.

Fica o obrigado a você que um dia me fez sorri por pensar na sua existência. Ou chorar por pensar que a sua vida ainda não se encontrou com a minha.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Para Kubrick, Waters, Gilmour, Niemeyer...

" 2001, uma odisséia no espaço"
Stanley Kubrick




Brasília, 24 de julho de 2008


Lembra de “2001, uma odisséia no espaço”?
Será que Kubrick teve a mesma visão que eu tive agora?

Provavelmente ele nunca pisou em Brasília, talvez nem sequer no Brasil. Mas a sensação que ele me passou com esse clássico foi quase a mesma que tive ao entrar na cidade de Lucio Costa ao som de "comfortably numb".

Quando me dei conta de que era o destino que se aproximava não pude deixar de puxar as cortinas do que era minha casa há 12 dias, e olhar para um lugar quase inóspito, mas cheio de coisas para onde os poucos transeuntes olhavam.

Exatamente no solo apoteótico da música, que lembrava também a clássica de Richard Strauss, uma marca no filme futurista dos anos 60, tudo ia a 60 km/h, até que um contorno e voltamos.

Do alto de uma certa obra de ferro que abstrai pensamentos e envia-os até nossas casas tivemos a impressão do todo, uma verdadeira maquete em escala 1:1, e eu o pobre homenzinho de um metro e oitenta que, estático, não interage em nada com a construção.

A música do Pink floyd parecia não me deixar em paz, “is there anybody in there?”.

Pra todo canto, concreto num branco empoeirado pela impecável seca do cerrado. Coisas que saíram da cabeça de um centenário, que agora improdutivo, repete a mesma forma em todos os cantos. Pra que?

E aí? Alguém aqui? Ali? Da pra passar aqui? Ou vou morrer na tentativa?

Essa cidade precisa de uma injeção de humanismo pra ficar de pé novamente, e aí talvez caminhar com as próprias pernas. Mas por enquanto ela vai se esvaindo como fumaça de um navio, distante num horizonte, como diria Waters e Gilmour.




"I have become comfortably numb"

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A SINGER IN THE RAIN

"A liberdade é azul"
Krzysztof Kieslowski





Bem, depois de tanto relutar, de guardar coisas sem saber nem onde, resolvi colocar algumas pra fora.

A foz desse córrego está por aqui.

Não espero que essas águas molhem os que estejam querendo tomar banho, nem o sujo ou o mal lavado. Espero que encharquem você que passou aqui sem querer nada, sem precisar de nada.

Sinta-se à vontade.
 
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