quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

rubores e rubores.

Má educação
Pedro Almodóvar



Porém não poderia esperar mais aquele instante, era doce, suave, uma brisa em meu olhar sereno e sincero. Não poderia mais ficar ali com ele. Era eu, era ele, era você, tu quiseras estar ali. Onde as emoções tardias me encontravam de forma a confirmar que era eu.
Saio ao encontro teu. Não. É hora de ir, mas por que o querer se revela incessantemente tardio?
Talvez uma espécie de auto-repressão, é, isso. A carne treme, mas o coração é mais forte, o amor e a “pseudo paixão de um descabido instante”. Quem?
O amor, ah, sim esse capaz de vencer qualquer trova, ele prova a si mesmo o que é seu.
Saciar um desejo é algo momentâneo, sem sentido algum. Mas é desejo, que o faça, ou então sofra pela vontade mais tarde.
De querer a querer vive-se os bons e os maus vestígios de paixão, coisas de se recordar.
E dali ele saiu, deixou-me como um pássaro que acaba de nascer.

me pergunto como pude sucumbir nesta vertigem perpétua que eu mesmo provocava e temia. Flutuava entre nuvens erráticas e fala sozinho diante do espelho com vã ilusão de averiguar quem sou. Era tal meu desvario, que em uma manifestação estudantil com pedras e garrafas tive de buscar força na fraqueza para não me colocar na frente de todos com um letreiro que consagrasse minha verdade: Estou louco de amor”

Memória de minhas putas tristes
Gabriel Garcia Márquez


 
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