terça-feira, 16 de setembro de 2008

há muita luz no mundo

ensaio sobre a cegueira
José Saramago
Fernando Meireles





"por onde vou guiar o olhar que não enxerga mais?"


cegos que somos
lúcidos de mais, ofuscados pelo desejo de tudo mais saber
presos numa armadilha por nós concebida

e aí mais uma vez o ser humano mostra de onde veio
mostra que não é muito diferente do cão que ladra por comida
coloca pra fora seus instintos

o caos criado pelo pobre animal "racional"

domingo, 14 de setembro de 2008

pseudo paixão descabida de um vago instante

beleza americana
Sam Mendes



se me convidas irei contigo para onde a emoção guiar teus passos
se me despresas olharei para ti como um pássaro olha o ninho roubado
se cuidas de mim darei-lhe tudo que possível for
se me amas, mate-me. e da minha carne putrefata sacia-te.

domingo, 7 de setembro de 2008

picture yourself


I am sam
Jessie Nelson

as alegrias de um doce setembro sempre se espalham em nossas tristezas de agosto de um jeito meigo.
as dúvidas de antes são as palavras sábias de agora
tudo que pode ter sido em vão agora mostra-se capaz de nos impressionar nos simples detalhes.
por mais transitório que seja setembro (entre a angústia do meio de ano e a certeza de um grende final) pode nos marcar de formas inesperadas. num sorriso tão esperado. "eu te amo" pode ser mais sincero do que nunca. e assim vamos nos certificando de que é isso que nos aguarda, que é o que desejamos para a longa caminhada que se anuncia.

"De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas"

ou quem sabe possa pensar assim.
parado
estirado em vãos devaneios.

mas nós não...
seguimos o caminho que nos leva a um "quem sabe"...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Closer
Mike Nichols




“¿Si yo me convirtiera en nube?

Yo me convertiría en ojo.

¿Si yo me convirtiera en caca?

Yo me convertiría en mosca.

¿Si yo me convirtiera en manzana?

Yo me convertiría en beso.

¿Si yo me convirtiera en pecho?

Yo me convertiría en sábana blanca.

¿Y si yo me convirtiera en pez luna?

Yo me convertiría en cuchillo.”


Frederico Garcia Lorca



Se eu pudesse me transformar em alguma coisa, me transformaria em você

Olhar-te-ia nos olhos pelo espelho das paixões

Apalparia-me o corpo inteiro, seria tu, seria eu a olhar-te

A tocar-te sem a dor do desacordo

Aí o beijo

O afago doce de tuas mãos a tocar na minha pele

Seria eu, seria tu, seriamos nós a envolvermo-nos num furacão de desesperos

e peço a todos os que possam atender-me, não me dê em momento nenhum a triste alegria de me converter no que mais quero que tragas a mim.

 
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