perpassam um corpo corrompido com as desarmonias decorrentes de viver
invadem um ser quase calado, as horas, os pensamentos, o tempo, as nuvens
e como pássaros de caudas rubras deixam suas marcas tal fotocapturas lentas
danças de notas únicas, livres
canções de passos plácidos
manchas de cores uníssonas quebradas pelo branco impiedoso da pró-criação
devaneios almejando a clara e pura dança de árias barrocas
a música que insiste em perambular pelos cantos rígidos do quadrilátero dos meus sonhos
e cantarola a mais frígida palavra que eu possa lhe oferecer
sim, canto porque não sei falar-lhe
se soubesse talvez não o faria pelo simples fato de olhar-te nos olhos e dizer o que penso no exato instante em que me afliges
de pálpebras coladas
Canto
Canto
Canto
Canto
Canto
finjo vãos pensamentos